Quase pela porta...

Quase pela porta...

Porões, sótãos e gatos pretos...

O vento e a chuva fininha se transformaram numa terrível tempestade dilacerante. O céu é puro breu e a lua, com seu horripilante brilho encantado, aumenta o sentimento de terror no ar. Você pula de medo ao ouvir o primeiro grito dos trovões. Quando você se aproxima das portas do Castelo,  congela de pavor. Seu coração bate a mil por hora e você imagina quanto tempo demoraria se voltasse correndo ao hotel. Tempo demais, você pensa.

Você aproveita a presença de seus amigos para colar as orelhas naquela enorme porta de madeira. Não dá para escutar nada com o barulho dos trovões e da chuva caíndo. Você então espreme a orelha contra a porta na tentativa de escutar melhor, quando finalmente escuta algo estranho... São estalos... Clic…clic…clic….clic…clic….clic...clic... E de repente CRACK!!!

O forte solo feito de pedras começa a se despedaçar aos seus pés. Tudo ocorre em uma fração de segundos, você estica os braços e se contorse para se segurar em alguma coisa, mas a queda é inevitável... Engolido pelo chão e já em queda livre, a escuridão total toma conta e não é possível enxergar um palmo à sua frente. Durante a queda, sua vida passa diante de seus olhos, o buraco é tão profundo quanto o da Viagem ao Centro da Terra de Júlio Verne. Os gritos de seus amigos ecoam dentro do buraco enquanto todos caem e você começa a se desesperar gritando junto. Todos grutam e imploram, pedindo que suas vidas sejam poupadas e que tudo isso termine logo. Em pânico e ainda aos berros, você e seus amigos atingem o final do buraco, milagrosamente todos ainda com vida.

Bata na na porta do quarto Buraco Negro.